Amigos marciais não poderia deixar de falar da História desse grande guerreiro, um exemplo de dedicação e superação em sua jornada marcial.
Cientista Marcial - é como prefere ser
identificado em sua função, embora muitos o considerem mestre ou professor, Fernando Matsunaga
vê seu trabalho como um processo de critérios científicos e, portanto, percebe
que seu papel está mais relacionado ao de cientista da arte marcial. Iniciou
sua trajetória em 1988, conhecendo e
praticando diversas artes marciais ao longo dos anos. Deu extrema importância à
investigação dos princípios humanos de conservação e reação em situação de
confronto real. Nasceu em 1982, no estado de São Paulo, SP/ Brasil. Seu
interesse
nas Artes Marcial começou desde cedo, aos 7 anos já entrou em uma academia de
Karatê Kyokushin,onde praticou ate sua faixa verde. Não demorou muito se tornou
um praticante de Kung Fu, tendo a honra de passar uma longa fase treinando
diretamente, tanto com o Mestre Amaral, como todos os seus discípulos da época.
A ênfase técnica estava no estilo Louva-a-deus, porém todo mês tinha cursos
intensivos de outros estilos como: Hung Gar, Zui Quan, San Tien Kwan, Sanda, Wu
Shu, e outros de toda a atmosfera da arte. em 2002, começou a treinar
Wing Chun e teve a honra de estar entre os mais renomados nomes da arte. Foi aluno do Mestre Edy Freire, discípulo direto
do Mestre Li Hon Ki (Applied Wing Chun), no qual descende diretamente do famoso Grão-Mestre Duncan
Leung (Discípulo do Mestre Ip Man). Em
2003, cada vez mais empolgado com os treinos de Wing Chun, fez um paralelo
entre a arte e a Luta Filipina, dentro do próprio sistema. Tudo acontecia
na Academia Liberdade em SP, nesse período ele já estava
praticando 3 artes marciais ao mesmo tempo! Wing Chun, Luta Filipina e Hapkido e
sem esquecer a faculdade.
Um verdadeiro
guerreiro e dedicado cientista marcial .
Continuando sua jornada e a busca
pelo aprimoramento em autodefesa Fernando focou sua atenção na Ciência Kombato do Mestre Paulo
Albuquerque. (www.kombato.org), e em 2007
tive a honra de obter aulas particulares e treinamentos com ele e seu discípulo
Mestre Richard Clarke (Kombato RJ / MasGuru Kali Silat Brasil).
Depois disso veio
mais e mais descobertas e oportunidades em sua jornada marcial, como :
->Treinos
de MMA e Jiu-Jitsu na Macaco GoldTeam, do Atleta e Mestre Jorge Patino ->Aulas
com o Mestre Behring
->Mestre
Ivan Ferreira, no qual
era 1Dan em BJJ (Brazilian Jiu-Jitsu), 2Dan de Karatê e estava se graduando em
Muay Thai Boran Ele morava no mesmo prédio que eu e sempre via eu realizando
aulas, até que uma vez me abordou e nisso nos tornamos amigos / parceiros de
treinos. Ivan queria muito unir o conhecimento que ele tinha com o meu e nisso
formarmos uma Categoria Marcial própria. Após 1 ano trabalhando, treinando e organizando todos os dias a
metodologia de nosso estilo, criamos em 2009 o KANJITSU - Inteligência
Marcial.
Em Novembro
de 2010 sofreu um grave acidente de moto e ficou por 6 ano afastado dos
treinos completamente e demorou 3 anos para recuperação total (em 1
ano estava treinando, mas limitado da lesão). Rompeu todos os ligamentos
do Joelho (LCA - LCP), menisco deslocado, clavícula afundada e músculos do
ombro rompidos. O mais difícil foi recuperar os movimentos básicos da perna, foi
um ano inteiro dedicado à fisioterapia. Como não podia treinar e estava me
recuperando do acidente, cai de cabeça nos estudos relacionados à diversas
áreas como Direito, Filosofia, Biologia, História e Ciências Exatas.
AGORA MAIS UM TRECHO DE SUA VIDA CONTADA PELO PRÓPRIO FERNANDO MATSUNAGA
"2012 foi o
ano que conheci o Mestre Shawn Zirger, discípulo do Mestre Dan
Inosanto no Canadá. Fui em uma viagem para formação curricular no Inglês e
nisso fiquei 2 meses no país para estudos. Aproveitei para conhecer as
academias de JKD e encontrei a FAC - Fighting Arts Collective em Toronto. Aproveitei
ao máximo o tempo que estive treinando, além de JKD, fiz treinamento de
Kettlebell, Inosanto Kali, Submission e Boxe. Todos os dias treinava firme e
anotava todas as técnicas que aprendia.
Meu contato
com o JKD começou através de livros enquanto ainda praticava Kung Fu,
frequentando diversas livrarias e encomendando a maioria. Em minha época não
tínhamos os recursos que temos hoje e tudo era feito em VHS ou Livros. Durante
muito tempo estas foram minhas ferramentas de estudo, enquanto praticava as
modalidades para entender a forma antes de chegar ao JKD e sentir a arte com
propriedade. Depois vieram as versões VCD e através delas pude estudar melhor
em vídeo-aula. No Brasil, um rapaz chamado Jin Gun Jen, conseguia uma grande
quantidades de vídeos de JKD, FMA, e todos os gêneros marciais. Por mais que
alguns critiquem a idéia de treino por vídeo, eu considero algo muito bom e que
contribui no desenvolvimento. Claro que não apenas treinar por vídeo, mas
possuir o máximo de material, seja em vídeo ou em livros, está muito mais
relacionada à postura de estudante-cientista marcial.
Em JKD
considero essa atitude muito mais importante do que depender de um
local específico, em razão deu ver a arte como um caminho muito
pessoal e auto-observativo. Nesse caminho sem trilha, fui melhorando minha
quantidade de materiais e compreendendo cada vez mais a atmosfera da Arte sem
forma. Conheci instrutores de JKD, uns com pensamento similar,
outros com abordagem diferente da minha, mas que contribuíram
para a ampliação e maior consciência de outras maneiras de encarar
a filosofia. Em realidade, sempre fui muito chato com a questão Jeet
Kune Do, pois sempre fui daqueles que considerou a arte algo que só Bruce Lee
sabia e nisso morreu com ele. Então imaginem como eu via com desconfiança as
escolas de JKD e alguns Instrutores institucionalizados. Conhecendo outras
visões e vendo a diversidade que a arte pode ter realmente, fiquei mais
flexível em relação alguns grupos...porém outros considero abusarem do
nome e pouco se importarem em honrarem a arte com coração. Minha crítica nessa
questão alcança até quem tenha treinado com Bruce Lee, pois não sou como a
maioria que considera qualquer pessoa que tenha feito aulas com Lee (que não
foram poucos), como militantes da arte ou mesmo que tenha, apenas pela
"magia" de estar ao lado de Bruce, adquirido total compreensão.
Pouco dou valor ao status ou considero mais quem seja famoso. Arte
Marcial em realidade não depende disso e podemos encontrar nos mais simples
locais, a surpresa de um forte treino. Quando iniciei meus treinos com
Sifu Shawn, me impressionei com sua simplicidade e sabedoria sobre a arte do
JKD. Tive a sorte de treinar em uma época que poucos estavam presente e nisso
recebi atenção quase particular. Sifu Shawn ampliou minha compreensão do Jeet
Kune Do e muito sobre o Combate Armado Filipino.
Quando
voltei ao Brasil, me concentrei em lapidar o que havia aprendido de novo e
aumentar a capacidade técnica de meus alunos. Além disso, vivenciar a arte do
JKD de forma simples e profunda na vida. Não apenas se preocupar com o melhor
desempenho em combate, mas também na Vida.
Nessa mesma
época comecei os treinos de MMA e Jiu-Jitsu na Macaco GoldTeam, do Atleta e Mestre
Jorge Patino, que na época possuía sua famosa unidade, Cancioneiro
Popular, ao lado do shopping Morumbi em São Paulo. Lá pude experimentar,
pela primeira vez, o mundo dos atletas de MMA e grandes nomes do Jiu-Jitsu de
perto. Tive aulas com o próprio Macaco, em suas puxadas aulas de MMA ao 12h,
onde eu...franguinho, tentava acompanhar o ritmo dos caras. Só tentava
rs. Na unidade também pude conhecer e ter aulas com o Mestre Behring
todos os dias as 7h da manhã, mas meu real desenvolvimento na arte, ocorreu
pelas mãos um amigo em especial, no qual me ajudou em diversos momentos
difíceis e me mostrou o Bjj ensinando de irmão pra irmão. Marcelo Necchi
era mestre em TKD e faixa roxa de Jiu-Jitsu, quando começou a me ensinar a arte
e me colocou na turma de graduados. A turma era conduzida pelo Mestre Junior
"Alfinete" formado pela Cia Paulista. Os treinos aconteciam todos
os dias das 23h às 1h da manhã. Havia apenas eu e mais 2 de faixa branca, o
resto todos graduados de roxa em diante e confessor que sofria, mas foi onde
aprendi a dura realidade dos "rolas" brutos. Conforme o tempo
fui sentindo confiança em voltar aos treinos e quando percebi meu corpo estava
respondendo, mais do que imaginava que responderia, pois até meu Ortopedista
dizia ser meu caso atípico e ele mesmo considerava incrível eu conseguir
estar chutando em tão pouco tempo. Mesmo assim, confesso que nunca mais
meu corpo foi o mesmo depois do acidente e certas limitações acompanham a vida
toda. "